O jornalista Assem Neto, de 46 anos, foi preso na tarde de terça-feira (12) após dar um soco no olho da diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), Márcia Lima. O caso ocorreu na sede da entidade, em Rio Branco. Neto foi levado para a Delegacia da Mulher (Deam) e liberado após duas horas.
O G1 tentou entrar em contato com o jornalista, que é contratado como assessor de comunicação do Sinteac, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. No Facebook, porém, Assem Neto fez um comentário sobre o ato.
“Mulher barraqueira merece, SIM (sic), umas bordoadas, principalmente quando não sabe ser rejeitada e ainda chama tua (sic) mãe de puta (sic). Cultura vem de berço. Quando o bagaço (sic) se diz educadora, pior ainda. A Lei Maria da Penha pune sem observar causas e consequências. Ainda terei o prazer de ler a Lei de Proteção aos Direitos do Homem”, disse Neto na postagem feita na noite do mesmo dia.
‘Me deu um murro’
A vítima diz que havia ido conversar com o jornalista para questionar se uma informação referente ao pagamento do Prêmio de Valorização de Desenvolvimento Profissional (VDP) teria sido divulgada pela assessoria da entidade.
“Fui até ele e perguntei se a notícia estava saindo do grupo do sindicato no WhatsApp porque estavam me perguntando. Perguntei se a notícia tinha passado pelo crivo da presidência. Ele veio super nervoso, agressivo, questionou se estávamos duvidando da matéria dele e eu disse que como dirigente sindical temos que pautar a luta sempre com verdade”, conta.
Márcia nega que tenha ofendido o jornalista antes da agressão. “Ele que se exaltou, agrediu a mim e a um presidente de núcleo que estava lá. Saiu me empurrando da sala, então, disse que a sala era minha e quando tentei entrar novamente ele me deu um murro com muita força no olho e bateu a porta no meu rosto”, afirma.
‘É um psicopata e se faz de vítima’
Após a agressão, a sindicalista foi ao Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) para receber cuidados e fazer uma radiografia da face. Ela disse ainda que realizou exame de corpo de delito e seguiu para a delegacia para registrar a queixa.
“O pior momento foi chegar em casa e meus filhos verem isso. Quem me conhece sabe que não sou dada a palavreado chulo, até quando estou reivindicando os direitos tento fazê-lo sem desrespeitar as pessoas. É um psicopata e se faz de vítima ainda”, afirma.
A presidente do Sinteac, Rosana Nascimento, também repudiou a agressão e disse que o jornalista deve ser demitido.
“Vamos reunir nossa diretoria e tomar as providências cabíveis. De certo não há mais como viver com esse tipo de pessoa dentro do sindicato. Ele é um excelente profissional, mas essas atitudes são reprováveis. Jamais vamos concordar com essa postura”, finaliza.
Do G1.