A tradicional Cavalgada, celebração que abre oficialmente a Expoacre – a maior feira de negócios da região –, foi realizada na manhã deste domingo, 24, saindo da Gameleira com parada final no Parque de Exposições Marechal Castelo Branco. O governador Tião Viana e a família, juntamente com o deputado federal César Messias, deram a largada oficial do evento.
A comissão organizadora da festa estima que cerca de 15 mil pessoas participaram tanto na passeata e comitivas quanto às margens da Via Chico Mendes.
Todo o trajeto da Cavalgada foi monitorado e acompanhado por agentes do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também acompanharam a Cavalgada, para garantir atenção de saúde aos participantes.
Para Tião Viana, a festa representa a cultura, a identidade da economia, das pessoas. No entanto, as determinações recentes do Ministério Público Estadual têm desmotivado várias pessoas a participar da festa tradicional.
“Lamentavelmente, os promotores do Ministério Público não vêm à Cavalgada. Se viessem, veriam que se trata de uma festa alegre que pode conciliar a aplicação da lei com a valorização da cultura, da alegria, da brincadeira. Sou a favor de toda medida legal, mas não podemos adotar medidas que radicalizem um ambiente de paz”, pontuou o governador.
O deputado federal César Messias destacou que é preciso haver um consenso para que o Acre mantenha a festa democrática que sempre teve na Cavalgada.
“A Cavalgada é uma festa tradicional extraordinária. Pena que está havendo muitas exigências do Ministério Público, e muitas pessoas estão deixando de participar. Hoje poderíamos ter o dobro da quantidade de cavalos e também de participantes”, observa o parlamentar.
O pecuarista Júnior Géber participa há muitos anos da Cavalgada. Segundo ele, é a mais tradicional festa que o Acre já teve em sua história, no entanto, se as exigências continuarem aumentando, este poderá ser seu último ano de participação.
“O pessoal que vinha a cavalo não vem mais, porque agora está cheio de rigor, foi proibido o uso de espora e há muitas restrições em relação ao percurso e à participação dos animais. Fica difícil, e de certa forma a gente desanima. É lamentável, porque se trata de um festa tão bonita, que carrega a identidade cultural do estado”, finalizou.
Após a abertura oficial, a tradicional feira de negócios continua durante nove dias, encerrando-se no domingo, 31.
População prestigia evento
“É uma festa bonita. As crianças ficam ansiosas, porque já sabem que todo ano a gente vem para a beira da rua prestigiar. Além da alegria, é um momento único para nossa família”, afirma a dona de casa, que mora no bairro Taquari.
Para Eudenir Costa, não é diferente. “A gente vem para a rua, e à noite trabalha. Tenho um pequeno negócio no ramo de alimento, e aí esta semana a gente já sabe que é boa para reunir um bom dinheirinho. A Expoacre marca uma época do ano em que coisas boas acontecem”, comenta.