Aldemir Lopes: cai a máscara de mais um hipócrita ‘contra a corrupção’

Dia após dia, cai a máscara de muitos oportunistas que vociferaram contra o governo Dilma entoando o mantra ‘contra a corrupção’. Se o combate à corrupção é tema de interesse de todos os brasileiros, a partidarização do problema, como colocado por parte da importante da grande imprensa nacional, atende a interesses bastante específicos.

Aldemir Lopes, em protesto ‘contra a corrupção’

O troféu hipocrisia dessa semana vai para o ex-prefeito de Brasileia, Aldemir Lopes da Silva (não confundir com Aldemir da Silva Lopes, atual prefeito de Marechal Thaumaturgo – PT).

Ele foi preso nesta semana pela Polícia Federal. A PF confirmou que o prefeito e mais quatro membros da equipe de secretariado estão envolvidos no esquema que praticava fraudes e desvio de recursos públicos, além de lavar dinheiro e fraudar documentos públicos. Todos estão sendo indiciados.

Aldemir é apontado como uma espécie de guru do PMDB acreano. Toda a articulação política dos municípios da Regional do Alto Acre passa por ele. Nada de realmente importante é decidido sem sua decisiva participação.

O velho Aldemir Lopes (PMDB) gabava-se por haver comandado a mudança de comando nas prefeituras do Alto Acre em 2012, quando a oposição liderada pelo PMDB destronou prefeitos do PT, pintando de azul a região que era vermelha há mais de uma década. Aldemir é o principal fiador de Everaldo Gomes, desde a campanha vitoriosa até a desastrosa gestão, Aldemir Lopes cai em desgraça. E não desaba sozinho. Ele vai às profundezas na companhia de seu pupilo e de vários secretários comparsas. O ex-prefeito é o único que encontra-se preso. Everaldo Gomes, afastado do cargo, poderá vir a fazer companhia ao seu mentor político no xadrez. As traquinagens dos membros do “glorioso” PMDB de Brasiléia respinga no partido de maneira geral. Não seria absurdo imaginar a existência das mesmas práticas em outras prefeituras comandadas por correligionarios de Everaldo. De resto, a sociedade espera algo que certamente não vira: um posicionamento do da direção regional do PMDB deplorando a conduta da quadrilha que tomou de assalto a prefeitura da pequena Brasileia. Até porque o partido tem sido diligente em denunciar… Desde que a mazela seja do adversário.

Confira outros hipócritas ‘anti-corrupção’ que caíram em desgraça

Raquel Muniz (PSD-MG): Votou ‘sim’ pelo impeachmeant de Dilma, pelo marido Ruy Muniz, o ‘prefeito honesto’ de Montes Claros. Preso logo em seguida pela PF por um esquema que visava prejudicar o funcionamento dos hospitais públicos para favorecer hospital particular de sua propriedade.

Wlad Costa (Solidariedade-PA): O ‘deputado dos confetes’ fez do seu ‘sim’ ao impeachmeant uma ‘festa infantil’. Teve o mandato cassado por omitir doações de campanha de fontes não declaradas. Também é investigado por contratação de funcionários fantasmas no seu gabinete. Os “laranjas” eram obrigados a ir ao caixa do banco sacar o dinheiro e entregar toda a quantia nas mãos do irmão de Wladimir, Wlaudecir, que então depositava o dinheiro na conta do deputado. O valor total desviado por Wladimir e seu irmão pode ser superior a R$ 210 mil, em 2 anos. Wlad também esta sendo investigado por desviar recursos da secretaria de esporte e lazer do Pará através de uma ONG. Wlad é da base de apoio do governador Simão Jatente (PSDB).

Renan Antônio Ferreira dos Santos (MBL): um dos três coordenadores nacionais do MBL (Movimento Brasil Livre), entidade civil criada em 2014 para combater a corrupção e lutar pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), está envolvido em problemas na Justiça. Ele é réu em, pelo menos, 16 ações cíveis e mais 45 processos trabalhistas, incluindo os que estão em seu nome e o das empresas de que é sócio.
As acusações incluem fechamento fraudulento de empresas, dívidas fiscais, fraude contra credores, calote em pagamento de dívidas trabalhistas e ações de danos morais, num total de R$ 4,9 milhões. Além disso, o movimento está sofrendo uma ação de despejo de sua sede nacional, localizada em um prédio na região central de São Paulo, por se recusar a deixar o imóvel mais de um ano após o pedido de devolução por parte de seu proprietário.

O imóvel e o aluguel estão em nome de Stephanie Santos, irmã de Renan Santos. No mesmo local, funciona a produtora de vídeos NCE Filmes, comandada por Stephanie e seu outro irmão, Alexandre Santos, que é responsável pela produção de todo material gráfico e de vídeo do MBL. Também está no nome da irmã a conta bancária em que o movimento recebe dinheiro de doadores interessados em auxiliar a entidade.

MBL – Movimento Brasil Livre. O Movimento Brasil Livre, que se dizia apartidário é liderado por Kim Kataguiri. O MBL recebeu apoio financeiro e material dos quatro principais partidos que se engajaram no impeachment da presidente Dilma Rousseff: PSDB, DEM, Solidariedade e, claro, o PMDB; a reportagem traz áudios em que se negocia o apoio financeiro a atividades do grupo; um dos personagens citados é Moreira Franco, braço direito de Michel Temer, que teria ajudado a custear 20 mil panfletos para o MBL por meio da Fundação Ulysses Guimarães (PMDB).