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terça-feira, novembro 26, 2024

Menino é enterrado até o pescoço e torturado em praia da PB

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Um adolescente de 14 anos foi enterrado até o pescoço nas areias da Praia de Intermares, em Cabedelo, na Grande João Pessoa, na tarde desta quarta-feira (8). A informação é do delegado da 7ª Delegacia, Ademir Fernandes, que explicou que ele foi torturado por um grupo de cinco pessoas enquanto estava enterrado. Um jovem de 21 anos, chamado Anderson José da Silva, foi preso e um adolescente de 14 anos apreendido. Toda a ação foi filmada no celular do jovem que foi preso. O aparelho foi apreendido pela polícia e vai ser usado na investigação.

“Na hora que eu tava lá Janjão [Anderson] me pegou, queria me jogar dentro do buraco. Aí eu mordi ele, pra ele me escutar. Ele pegou um coco e jogou em mim. Um homem me chamou, me deu um lanche pra eu parar de chorar. Daí eu fui ver o futvôlei, mas um deles me segurou, aí aconteceu tudo”, relatou o menino que foi enterrado.

Segundo o delegado, o menino teve os braços e pernas amarrados e foi jogado em um buraco que havia sido cavado na areia. Em seguida, o grupo o enterrou, deixando só a cabeça de fora. Enquanto o adolescente estava enterrado e chorava, os integrantes do grupo o xingaram, humilharam, colocaram um balde sobre ele e chegaram urinar na cabeça do adolescente.

O jovem que foi preso explicou que, na verdade, aquilo foi uma brincadeira que é comum entre os jovens da região. “A brincadeira da gente sempre foi assim, acho que ele não aguentou a brincadeira”, disse Anderson. “Esses meninos são muito ‘gaiatos’. Sempre chegam no meu local de trabalho tirando onda como todo mundo, aí a gente vai e começa a brincar. Eu não sabia que ia dar nisso”, lamentou.

Durante os vídeos, é possível ouvir o menino gritando frases como “me ajuda”, “tá doendo” e “me solte, parceiro”. No fim, um dos integrantes o ajudou a sair do buraco, uma vez que ele não conseguia sozinho, conforme explicou o delegado. Depois que o menino conseguiu se livrar, ele correu para a avenida e encontrou uma equipe da Polícia Militar, que conseguiu prender Anderson e apreender um adolescente que participava do caso de tortura.

“Nós não encaramos como tentativa de homicídio porque dá para perceber que depois eles tentaram desenterrar. Não dá pra perceber a intenção de matar o menino. Mas eles assumiram o risco de que acontecesse uma tragédia. Felizmente, não aconteceu. Mas o terror que eles provocaram nessa criança é enorme”, comentou o delegado.

Segundo Fernandes, o adolescente vai passar por exame de corpo de delito, mas já adiantou que ele não teve ferimentos graves. “Foram só arranhões. A agressão psicológica é que foi maior”, explicou. Anderson vai ser apresentado na Audiência de Custódia e o adolescente apreendido à Promotoria de Cabedelo nesta quinta-feira (9).

 

Com informações do portal G1.

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