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terça-feira, novembro 26, 2024

Ex-assessor revela que Bittar cobrava ‘mensalinho’ de servidores do seu gabinete

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Marcio Bittar, uma das principais lideranças do PSDB no Acre, cobrava “mensalinho” dos assessores do seu gabinete no Acre quando era deputado federal e primeiro-secretário da Câmara Federal, no período de 2010 a 2014. Quem diz isso é Alexandre Damasceno, empresário riobranquense, um dos coordenadores da campanha de Bittar para a Câmara e assessor político de seu mandato por quatro meses. De acordo com Damasceno, cada assessor tinha o salario de R$ 1.288, mas ficava com apenas R$ 700 – o restante era entregue a Edson Bittar, irmão de Márcio, que repassava todo o dinheiro apurado para ele.

Alexandre, nomeado Secretário Parlamentar no gabinete de Marcio Bittar em 2010, diz que era o responsável pelo recolhimento da diferença desses recursos que eram repassados por dez assessores. Ao todo, recolhia R$ 5.800, que eram repassados para encaminhamento a Bittar.

“Eram depositados 1.288 reais na minha conta, na conta de minha ex-mulher e na conta de outros assessores. O Marcio me encarregou de recolher esse dinheiro e repassar para o Edson. Eu entregava tudo na mão dele”, relata Alexandre Damasceno.

De acordo com ele, apenas um dos assessores “criava problemas”, pois exigia a assinatura de um recibo. Alexandre Damasceno não quis revelar o nome do assessor que reivindicava o comprovante da devolução do recursos, mas garante que Bittar tinha conhecimento do procedimento e impedia que a exigência do assessor fosse atendida, vez que os recibos serviriam de prova contra o procedimento desonesto.

“Ele disse para o Marcio Bittar que tem todos os recibos assinados por mim em nome dele, que isso seria uma prova contra ele e que poderia usar a qualquer momento”, disse.

Alexandre (E) e o pai, Walter Damasceno, acusam Bittar.

Alexandre Damasceno revelou quer só conseguiu trabalhar com Marcio Bittar por quatro meses, já que o então parlamentar agia de forma desonesta com todos os assessores, além tratar com grosserias e desrespeito.

“Vi o Marcio fazer chorar um outro rapaz que trabalhava com a gente. E ele ainda gritava com ele: ‘Engole o choro! Engole o choro logo!’.”

Dos dez assessores que ele diz ter recolhido os ‘mensalinhos’, apenas um teria continuado trabalhando com Bittar. Os demais também pediram demissão pelos mesmo motivos que ele.

Além de Alexandre, seu pai, Walter Damasceno, também trabalhou com Marcio Bittar e garante: “Não há ninguém mais desonesto que o Marcio Bittar no Acre”.

Walter lembra que Marcio é irmão de Mauro Bittar, um dos citados do maior escândalo de corrupção já registrado no Acre: a conta fantasma Flávio Nogueira. Para quem não lembra o esquema, a falcatrua consistia em transferir as verbas das secretarias estaduais da Fazenda e do Planejamento para uma conta fantasma, cujo titular era Flávio Nogueira (nome fictício criado a partir do prenome do então governador do Acre Flaviano Flávio Baptista de Melo e do sobrenome do seu secretário de Fazenda, Deusdete Nogueira, entre os anos de 1987 e 1990).

A reportagem tentou contato com Marcio Bittar em seu endereço no Acre, localizado em um edifício localizado no Residencial Buriti, com endereço na Rua Independência, bairro Aviário. Ele não se encontrava no local. De vizinhos veio a informação de que Bittar estaria em Brasília, onde reside atualmente e teria negócios. Também foi informado que ele vem ao Acre poucas vezes no ano.

 

Fonte: Página 20.

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